Viver todos vivem, mas como vivem é que é importante. A sensatez, a prudência e a moderação são indispensáveis a um bem viver.
Dar expansão ao seu "eu", ao seu temperamento, é sempre prejudicial, embora muita gente se desculpe com: "é meu temperamento". Temperamento controla-se,, não se dá expansão quando se quer bem viver.
Há muita infelicidade, desunião de casais, desarmonia em família por causa da falta de contenção do gênio e da expansão temperamental das criaturas. Depois queixam-se de que sofrem, são infelizes.
A felicidade está muitas vezes pertinho de nós, mas nós mesmos a afastamos com a nossa maneira de ser e sentir. Ninguém pode fazer a felicidade de ninguém, se a própria criatura não concorrer para isso.
Uma coisa muito importante na vida é a tolerância. Não há perfeições na Terra, todos temos os nossos defeitos. Por que só se procuram ver, descobrir e censurar os defeitos dos outros?
Ser tolerante é ser compreensível e saber desculpar o seu semelhante, porque nós também erramos e gostaremos que nos desculpem.
Infelizmente, a vaidade e a pretensão é que concorrem para os desajustes.
Todos se acham "os tais", uns modelos, e ainda mais, querem, desejam e até exigem que os outros pensem e ajam igualmente.
Há múltiplos temperamentos, mas por isso mesmo deve haver uma grande dose de tolerância e compreensão, que só as criaturas sensatas possuem.
Conheço casais amicíssimos e felicíssimos, que, longe de possuirem o mesmo temperamento, souberam usar a cabeça, a inteligência, contornando opiniões, modos de ver e sentir, vendo e ressaltando qualidades e desculpando e obscurecendo defeitos. Isto é que é saber viver! Porque encontrar tudo certinho, tudo igualzinho, jamais encontrarão. Há sempre um quê, um senão na vida dos seres, que precisa ser contornado.
Quando há amor sincero, amizade sólida, é muito fácil haver compreensão, mas só havendo o "quero por que quero", "é assim que tem que ser", ou "eu cá sou assim", "comigo é ali, e se quiser", tudo isso, enfim, muito comum entre os temperamentais, torna a vida em comum intolerável.
Admiro aqueles que mantém o seu ponto-de-vista, a sua opinião, muitas vezes silenciando até, mais sabendo controlar-se sem chocar aqueles de quem discordam.
Acho, portanto, que a desculpa de que têm muito gênio, são temperamentais, são francos e "não levam desaforo pra casa", demosntra apenas falta de educação. Porque, por um simples olhar de reprovação, um silêncio gélido, pode-se perfeitamente demonstrar opinião contrária ou discordância.
Se me perguntarem: "Que lição a vida lhe deu?" a resposta, será: Aprendi a tolerar.
Sejamos, pois, para bem viver, sobretudo tolerantes.
15/07/2010
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